Letra de 'Fatos Reais' de Família Madá

A vida é uma coisa séria, ta ligado?
Roubo, crime, inveja, miséria

Não quero fazer parte dessa velha era
Estou protegido e Jesus me espera
Mesmo se você não goste, vou tentar mudar
Negatividade tem um monte, em todo lugar
Como dizia um velho ditado de esperança:
"Quem canta pras crianças os males espantas"

E os amigos que deixaram uma linda história
Que com certeza estão na minha memória
Com todo o respeito, chego no sapatinho

E o primeiro irmãozinho que eu lembro era o Vitinho
Japonês, café e ele indomada todos os injustiçados pela lei do lugar
E não adianta querer ser superman
Porque até kryptonita os malditos tem

O crime é louco
Não é moda, é foda!
Não é pra quem quer, o barato é pra quem gosta
Você já sabe qual que é o final, irmão
Cadeia ou caixão, escolha a sua opção

São vários que deixaram saudade
Lembro do Jefinho, amizade de verdade
Vários role de skate lá no centro da cidade
E o Mário? Mó saudade!
E o Wellington? Mó saudade!
E o Cristiano? Mó saudade!
Todos injustiçados pela lei do lugar

Por que é que tem que ser assim?
Ontem eu sonhei com o meu pai
Ele veio pra me beijar e me desejar paz
Muito louco, muito louco, mano

Quando eu sonhei com o velho, eu acordei chorando
Reclamando com Deus, injuriado com a vida
Achando que o crime era a única saída
Vai vendo o que a saudade pode fazer
Mas é pensando neles que eu vou crescer, prevalecer

Força de vontade, fé e união
É o que eu preciso neste vasto mundo cão
Lembrei do Gel, lá do Guaraú
Firmão, irmão do Régis e do Cadão, filho do Raimundão
Vários roles, sempre tirando um barato
Só de fé, possessas* e Interlagos

Há 14 anos atrás, com 13 anos
Meio observador no meio dos manos
Trocando ideia, zuando e fumando
Mó saudade, eu tenho, mó saudade!

Quando eu lembro do passado, eu me arrepio de verdade
Das coisas ruins, mas tem coisas boas também
Pensei no Renato, me recordei José
Que tempo bom!

Pra mim não existia balada
Com 5 anos de idade eu nem me preocupava
Vontade de ver os amigos da roda
Jogar uma bola, cabular
Lembro quando eu saio junto com os moleques
Que era pra roubar bonés, relógios, planos da hora

E quando eu ganhei minha primeira bicicleta?
Toda branca, com carenati*, muita treta
Gostava de fazer aventura, eu e os moleques da Sumaré
Sempre rua pura

Pegava o busão e ia até o ponto final
Só pra conhecer os lugares legais
Zona leste, só tinha nenê
Liga-me, ligo-lhe
Pra fazer o role fora da cela junto com o Idelfonso e a tia Vera
E a Marcela, sua filha mais velha

Tatuapé, projeto radial
Centro de São Paulo, clube da cidade
Black meet, chuck show
Lembrou? Firmou!
É que com certeza Deus abençoou
Só quem era do conceito que colava nos roles
Família Racionais, sempre daquele jeito

Chega carnaval, festa todo mundo faz
Salto, Peruche, firmeza Vai-vai
Pra toda liga de escola de samba aqui de Sampa
Firmeza, vai, representa com as crianças

Ronaldo, Dadá, Sancrei e Índio
Meus cunhados e também meus amigos íntimos
Que vieram no passado pra mudar a história
Firmeza pela gangue e de sobrinho daora
Daniel, Bruno, Wiliam, Fiel,
Diego, Cauê, Pablo e Gabriel
Rafaela, Vitória, Ingrid a gordurosa
Milena, Larissa nas pistas, modelo daora
E para fechar com as pretinha e as moreninha
Também tem a loirinha, a princesa Laurinha
Na voz fininha, mó gatinha