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Criatura do mangue, do sangue e do horror
Que brotou das pedras, cobertas de limo
Manchadas de amor
Invadiu a cidade de escuro e maldade
De medo e pavor
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Tenho pena das mães que carregam no rosto
As marcas da dor
Por lançarem no mundo essa espécie de cães
Que só trazem desgosto e transmitem a raiva
Espalhando na gente
A loucura e o rancor
O asco que envolve teu porte pequeno
É um mar de veneno. Pra teu vulto nobre
Dedico esta rima de cunho tão pobre
A denúncia que faço não sei se é pior
Que te ver na melhor
Ver você num palácio
E o vizinho doente com a corda e o laço... PARTE 1
Me desculpe a franqueza
É que já não posso chorar sem sorrir
Cantando eu endosso
Maltrato a tristeza e condeno a pobreza
É difícil calar a verdade e falar que é tão fácil
Mentir... mentir... mentir... mentir...
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